Ficou pronto o novo livro que ilustrei: Bicho homem, de Nelson Albissú, pela Cortez Editora. Assim que chegar às livrarias eu aviso, por enquanto eu vi aqui, no site da editora. Agora estou louca para conhecer esse filhote pessoalmente!
sexta-feira, 25 de junho de 2010
terça-feira, 15 de junho de 2010
Do tabuleiro de doces
Aquarela para mais um projeto pessoal que nasceu na Espanha. Este livro também é obra do coração e é segredo.
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Bicho Homem
Está para sair do forno o livro Bicho Homem, de Nelson Albissú, pela Cortez Editora...
Aqui, uma das ilustras que fiz:
Aqui, uma das ilustras que fiz:
Didáticos - Ed. Positivo
Ilustração de tabuleiro de jogo de percurso sobre os direitos da criança.
Ilustrações mesclando aquarela e digital.
Ilustrações mesclando aquarela e digital.
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Oficina com Claudia Ranucci em Madri
Em fevereiro/2010 fiz uma oficina com Claudia Ranucci, ilustradora italiana que vive na Espanha e que a essa altura deve estar com um bebezinho novo em casa. Mais uma da querida Ilustrarte. Foi inspirador ver o processo de trabalho dessa garota forte, linda e de desenho divertido.
São dela as ilustrações deste livro Cierra los ojos (Feche os olhos), de Victoria Pérez Escrivá, Ed. Thule. É um diálogo entre dois irmãos, um deles deficiente visual, que nos faz enxergar a vida sob outra perspectiva.
Neste trecho, o texto diz assim:
"- Papai é alto e usa chapéu.
- Que é isso! Papai é um beijo que pinica e que cheira a cachimbo - diz, levantando os braços."
Ah! Sim, nossa oficina. Como sempre, foi muito bom também conhecer o trabalho dos colegas. Numa oficina de fim de semana, cada um saiu com um storyboard de um mesmo texto e uma prancha finalizada como fosse possível. Um dos desafios era utilizar algum material com que não estivéssemos acostumados ou com o qual penássemos muito. E eis que assim mesmo surgiu este belo mural:
(o meu é o amarelinho da extrema esquerda)
São dela as ilustrações deste livro Cierra los ojos (Feche os olhos), de Victoria Pérez Escrivá, Ed. Thule. É um diálogo entre dois irmãos, um deles deficiente visual, que nos faz enxergar a vida sob outra perspectiva.
Neste trecho, o texto diz assim:
"- Papai é alto e usa chapéu.
- Que é isso! Papai é um beijo que pinica e que cheira a cachimbo - diz, levantando os braços."
Ah! Sim, nossa oficina. Como sempre, foi muito bom também conhecer o trabalho dos colegas. Numa oficina de fim de semana, cada um saiu com um storyboard de um mesmo texto e uma prancha finalizada como fosse possível. Um dos desafios era utilizar algum material com que não estivéssemos acostumados ou com o qual penássemos muito. E eis que assim mesmo surgiu este belo mural:
(o meu é o amarelinho da extrema esquerda)
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Já em São Paulo
Ai ai ai, que vergonha... voltei já faz um booom tempo. Voltei na Páscoa, já passou o dia das mães, já estamos falando de dia-dos-namorados-copa-do-mundo-festa-junina e um tiquinho mais vão ser férias escolares. Tem sido dias muito atarefados estes de 2010, ano do Tigre, afinal. Acho que os próximos posts serão no formato flash-back para eu poder contar um pouco de minha produção.
Enquanto isso, vou escrevendo para registrar tantos sentimentos vividos, pois o esquecimento vem ligeiro, já veio. A rotina parece querer nos devorar e muitos sentimentos que haviam surgido tão claramente parecem começar a esmaecer. Eu me nego a acreditar que isso é a tal da readaptação.
Talvez meu maior apuro seja que eu esteja lutando para que isso não aconteça, eu não quero me ver sufocada de novo numa rotina que foi tão difícil cortar.
Nós mesmos criamos as âncoras que nos impedem de navegar. E quando percebemos, estamos ali atracados na mesma paisagem, olhando o mesmo horizonte, no sobe-desce da maré. Não, não dá tempo de conhecer outras praias, há o convés para esfregar, o peixe para pescar... e assim, sem perceber, passamos nossa vida esfregando convés e pescando o peixe diário, sempre olhando para o mesmo horizonte. Não pode ser assim, é muito fácil se tornar assim e também é difícil perceber que não é preciso que seja assim.
Minha luta interna tem sido não me render a antigas âncoras. À medida que os armários vão sendo abertos, as lembranças vão saindo de dentro como heras sedentas e me tomam, se enroscam, me possuem. E minha mente inicia a comandar movimentos mecânicos que já tinha aprendido neste horizonte, como ir à feira todos os sábados, por exemplo. Eu costumava ficar de mau-humor de ter que ir à feira todo sábado de manhã. E agora me vi voltando a ficar de mau-humor pelo mesmo motivo. Precisei de um chacoalhão de meu marido para perceber que não, não preciso ir à feira exatamente todos os sábados de manhã. Como é fácil voltar a antigos vícios...
E tem me parecido que o "retorno" é um terreno cheio de esporos de antigos vícios que precisam ser varridos. E isso dá um trabalhão, viu, nunca imaginei. É a desvantagem de começar a nova vida num lugar em que tudo já é conhecido. Nossa mente começa a confundir "retorno" com "volta ao passado" e fica aflita. É desgastante fazê-la crer que a vida continua indo para a frente, que não se trata de tentar se ajustar a um vaso que já não serve mais.
Às vezes me canso e penso em me render, pensar que assim é a vida mesmo. Só que meu coração me exige essa faxina, porque assim ele tem mais espaço para praticar o que aprendeu de melhor nessa última jornada: a viver com mais amor à vida, coragem e simplicidade.
Conhecer uma nova cultura, uma língua, novos lugares e conhecer quadros famosos foi bom... Porém, o bem mais precioso que trouxemos foi, sem dúvida alguma, a oportunidade que nossos corações tiveram de perceber o que é essencial para viver e a coragem que é preciso ter para viver o que é importante.
Não é fácil ser simples, mas sigo meu caminho com essa intenção.
Enquanto isso, vou escrevendo para registrar tantos sentimentos vividos, pois o esquecimento vem ligeiro, já veio. A rotina parece querer nos devorar e muitos sentimentos que haviam surgido tão claramente parecem começar a esmaecer. Eu me nego a acreditar que isso é a tal da readaptação.
Talvez meu maior apuro seja que eu esteja lutando para que isso não aconteça, eu não quero me ver sufocada de novo numa rotina que foi tão difícil cortar.
Nós mesmos criamos as âncoras que nos impedem de navegar. E quando percebemos, estamos ali atracados na mesma paisagem, olhando o mesmo horizonte, no sobe-desce da maré. Não, não dá tempo de conhecer outras praias, há o convés para esfregar, o peixe para pescar... e assim, sem perceber, passamos nossa vida esfregando convés e pescando o peixe diário, sempre olhando para o mesmo horizonte. Não pode ser assim, é muito fácil se tornar assim e também é difícil perceber que não é preciso que seja assim.
Minha luta interna tem sido não me render a antigas âncoras. À medida que os armários vão sendo abertos, as lembranças vão saindo de dentro como heras sedentas e me tomam, se enroscam, me possuem. E minha mente inicia a comandar movimentos mecânicos que já tinha aprendido neste horizonte, como ir à feira todos os sábados, por exemplo. Eu costumava ficar de mau-humor de ter que ir à feira todo sábado de manhã. E agora me vi voltando a ficar de mau-humor pelo mesmo motivo. Precisei de um chacoalhão de meu marido para perceber que não, não preciso ir à feira exatamente todos os sábados de manhã. Como é fácil voltar a antigos vícios...
E tem me parecido que o "retorno" é um terreno cheio de esporos de antigos vícios que precisam ser varridos. E isso dá um trabalhão, viu, nunca imaginei. É a desvantagem de começar a nova vida num lugar em que tudo já é conhecido. Nossa mente começa a confundir "retorno" com "volta ao passado" e fica aflita. É desgastante fazê-la crer que a vida continua indo para a frente, que não se trata de tentar se ajustar a um vaso que já não serve mais.
Às vezes me canso e penso em me render, pensar que assim é a vida mesmo. Só que meu coração me exige essa faxina, porque assim ele tem mais espaço para praticar o que aprendeu de melhor nessa última jornada: a viver com mais amor à vida, coragem e simplicidade.
Conhecer uma nova cultura, uma língua, novos lugares e conhecer quadros famosos foi bom... Porém, o bem mais precioso que trouxemos foi, sem dúvida alguma, a oportunidade que nossos corações tiveram de perceber o que é essencial para viver e a coragem que é preciso ter para viver o que é importante.
Não é fácil ser simples, mas sigo meu caminho com essa intenção.
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