Sou uma mãe muito babona. E de primeira viagem, então estou sempre em estado de maravilhamento diante do processo de assimilação do mundo por um ser humano em processo de formação. Ou deformação, dependendo do assunto.
No mês de agosto a escola do Bruno faz uma imersão no folclore e ele fica muito empolgado. Dessa vez ele resolveu fazer seu próprio livro sobre folclore. Pegou o livro do Marcelo Xavier e copiou todos os desenhos (ele está com 4 anos, só para te situar).
Este aqui é da lenda do Boto:
Tirando a parte babada, vou tentar explicar o porquê do meu fascínio. Ver uma criança desenhar as primeiras simbologias de sua vida é ainda mais enriquecedor que ver seu desenho pronto, porque se entende melhor tudo o que a criança pensou até chegar no resultado final. O desenho vai surgindo no ritmo da narrativa ou do raciocínio e o importante é a expressão.
Adulto, para aprender a desenhar com "o lado certo do cérebro", desaprende a poesia de olhar. Depois que percebe que os músculos dos olhos enrijeceram, entra pra academia e pena pra fazer alongamento. Mas jamais seu olhar será tão alongado quanto quando era criança.
Para você entender porque o Bruno gostou tanto do livro do Marcelo Xavier, esta é a ilustração em que ele se baseou, tudo em massinha (hehehe, lembrei de como ele ficou encafifado de como se fazia para as massinhas irem parar dentro um livro):
O livro é este aqui, cheio de ilustrações em massinha que a gente nem imagina que possam existir de tão lindas:
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